Publicado em 28/11/2005
A dissolução é um fenómeno importante no qual uma ou mais substâncias, os solutos, se misturam de forma homogénea com uma outra substancia, o solvente.
Embora também existam soluções sólidas, as soluções mais comuns envolvem um solvente líquido. Todos os dias dissolvemos substâncias em água, por exemplo, tal como o sal de cozinha ou o açúcar.
Para cada conjunto de condições existe uma quantidade limite de uma dada substância que se consegue dissolver num determinado solvente, e que se designa por solubilidade dessa substância nesse solvente. Por exemplo, à temperatura de 25 C, conseguem-se dissolver cerca de 36 gramas de cloreto de sódio (o sal de cozinha) em 100 ml de água, sendo, portanto de 36 g/100 ml a solubilidade do cloreto de sódio em água. Se se adicionar mais sólido à solução este não se irá dissolver, permanecendo o soluto dissolvido em equilíbrio com o respectivo sólido que está em contacto com a solução.
Tendo em conta a quantidade de soluto dissolvido num determinado solvente e a solubilidade deste, as soluções podem apresentar-se:
Quando um soluto se dissolve num solvente, as moléculas do solvente formam estruturas em torno das moléculas de soluto, num processo designado por solvatação.
No caso de substâncias iónicas que se dissolvem em solventes como a água, o processo de dissolução implica a separação dos respectivos iões constituintes, os quais irão ser solvatados pela água. Nestes casos, o equilíbrio que se estabelece entre o sólido e o composto dissolvido depende das concentrações em solução de todos os iões que constituem o sal.
Para o caso do sulfato de alumínio sólido (Al2(SO4)3) em contacto com uma solução saturada de sulfato de alumínio (Al2(SO4)3 (dissociado em iões Al3+ e SO42-), o equilíbrio é traduzido por
A constante que se associa a este equilíbrio denomina-se
Produto de solubilidade (Kps)
e é expressa, no caso deste sal, pelo produto das concentrações
molares de equilíbrio dos iões cada qual elevada aos respectivos
coeficientes estequiométricos
:
Quando se misturam duas soluções podem, ou não, formarem-se
precipitados. De forma a prever a formação, ou não, destes, recorre-se
ao cálculo de um quociente, denominado
Quociente de Reacção(Q),
que envolve o produto das concentrações dos iões envolvidos elevados
aos respectivos coeficientes estequiométricos, de forma semelhante à
que se utiliza para calcular o Produto de Solubilidade (note-se
que o Produto de Solubilidade corresponde ao Quociente de Reacção
quando a solução está saturada, ou seja quando as concentrações dos
iões correspondem às suas concentrações de equilíbrio); compara-se o
valor de Q com o do Kps. Assim, podem ocorrer três casos distintos:
Quando da determinação do valor de Q é preciso ter em conta que, ao juntar duas soluções, o volume disponível para cada electrólito se altera. Sendo assim é necessário calcular as novas concentrações dos iões intervenientes. Normalmente, para este cálculo, considera-se que os volumes são aditivos.
Outro factor a ter em conta é a temperatura a que as soluções se encontram; se esta não for conhecida considera-se que ambas as soluções estavam, inicialmente, à mesma temperatura, e que esta se mantém após a mistura.
Para comentar tem de estar registado no portal.