Publicado em 25/02/2003
Quando dois observadores diferentes, cada um com uma escolha diferente de referencial, procuram comparar as suas observações surge o problema de saber como essa comparação deve ser feita. Vimos no tópico Referenciais inerciais que, ainda por cima, o que é observado em certos referenciais pode não o ser em outros e por isso essa comparação tem de ser feita com muito cuidado.
A primeira abordagem a este problema foi feita por Galileu Galilei
entre os séculos XVI e XVII. A ideia é na essência muito
simples: se tivermos um corpo em movimento visto de um dado referencial, esse
movimento visto de outro referencial que se move em relação a ele é
simplesmente a composição dos dois movimentos. Dito de outra forma,
o vector de
posição (1) do corpo
em movimento (2)
quando
visto de um referencial é dado simplesmente
pela soma dos
vectores de posição (3)
do
corpo relativamente ao outro referencial e do vector de posição
do ponto de referência de um referencial em relação ao outro.
Se v
for a velocidade do referencial S’ relativamente ao referencial S
temos, para o movimento representado a seguinte relação entre as
componentes dos vectores de posição:
y' = y – vt
x' = x
z' = z
Na verdade, este conjunto de relações tem de ser complementado com mais uma relação importante, a saber, que o tempo medido num referencial é igual ao tempo medido no outro referencial
t' = t
ou seja, que o tempo é uma grandeza absoluta, cuja medição é igual para todos os observadores, encontrem-se em movimento ou não.
Transformações de coordenadas espaço-temporais como as que estão representadas acima designam-se por transformações de Galileu (neste caso bastante simples por se tratar de um movimento igualmente simples).
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