Publicado em 25/02/2002
Egas Moniz contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da medicina ao conseguir pela primeira vez dar visibilidade às artérias do cérebro.
António Caetano de Abreu Freire nasceu em Avanca, Aveiro, em 29 de Novembro de 1874. O seu tio e padrinho viria a insistir mais tarde para que o seu apelido fosse alterado para Egas Moniz, em virtude da sua família descender em linha directa de Egas Moniz, o aio de D. Afonso Henriques.
Completou a instrução primária na Escola do Padre José Ramos e o Curso Liceal no Colégio de S. Fiel, dos Jesuítas. Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra, onde viria a ser professor. Em 1911 foi transferido para a Universidade de Lisboa onde leccionou Neurologia. Jubilou-se em Fevereiro de 1944.
Egas Moniz contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da medicina ao conseguir pela primeira vez dar visibilidade às artérias do cérebro. A Angiografia Cerebral, que descobriu após longas experiências com raios X, tornou possível localizar neoplasias e hematomas no cérebro humano e abriu novos caminhos para a cirurgia cerebral.
As suas descobertas clínicas foram reconhecidas pelos grandes neurologistas da época, que admiravam a acuidade das suas análises e observações.
Os seus trabalhos sobre Angiografia Cerebral foram premiados em 1945 pela Faculdade de Medicina de Oslo, Suécia. Quatro anos depois, foi-lhe atribuído pela Academia Sueca o Prémio Nobel da Medicina, pela descoberta da relevância da leucotomia (lobotomia) pré-frontal no tratamento de certas doenças mentais.
Egas Moniz teve também papel activo na vida política. No breve regime de Sidónio Pais, foi Embaixador de Portugal em Madrid (1917) e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1918). Foi ainda um notável escritor e autor de uma notável obra literária, de onde se destacam as obras "A nossa casa" e "Confidências de um investigador científico".
Faleceu em Lisboa, em 13 de Dezembro de 1955.